Com a pandemia da Covid-19 o mundo todo precisou de novas organizações sociais, de saúde, trabalho, educação e das relações interpessoais. Pela primeira vez na nossa geração, o contato humano se tornou um perigo para sociedade, um perigo individual e coletivo.

Com um vírus altamente contagioso, as organizações de saúde recomendaram o distanciamento social, uso de máscaras, higienização do corpo e objetos como uma forma de conter a transmissão do vírus. Com início desde 2020, quando a disseminação do vírus ganhou escala mundial, outros protocolos passaram a ser usados, como é o exemplo do lockdown em casos mais urgentes ou toque de recolher na tentativa de controlar o que era conhecido como curva de pandemia.

Além das questões de saúde, outras questões sociais também ganharam notoriedade para lideranças mundiais. Problemas econômicos, desemprego e outros aspectos passaram a ser discutidos. Alternativas começaram a ser criadas. Aqui no Brasil, a passos lentos, o auxílio emergencial começou a ser distribuído em Abril de 2020.

Mas será que o Governo Federal levou mesmo a sério todas as questões que envolvem a pandemia? A verdade é que, até agora, o Brasil ainda não viveu a experiência de um consenso sobre a gravidade e medidas a serem tomadas nesse momento de pandemia. O governo federal vive uma distopia negacionista, enquanto lideranças do mundo criam estratégias de enfrentamento à pandemia, o presidente, Jair Bolsonaro, diz ser somente uma “gripezinha” e mesmo após as mais de 400 mil mortes, ele cria fake news sobre esses números serem falsos.

O ano de 2021 está sendo marcado por um retrocesso na política e, aparentemente, na sociedade. O Brasil, que já foi referência em vacinação, onde o SUS oferece vacinas para erradicação de doenças no país, até agora vacinou pouco mais de 10% da população com as duas doses para imunização da Covid-19.

Uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) foi aberta para que fosse investigado sobre a responsabilidade do presidente quanto ao baixo desempenho do Brasil no combate à pandemia e na estratégia de imunização, sendo um dos piores países na atuação contra a Covid-19. O que não foi surpresa para ninguém, foi o show de horrores em que isso se transformou, as medidas tomadas pelo governo de Jair Bolsonaro foram na contramão do que era esperado, compras de remédios ineficazes; demissão de ministros que não seguiam as ordens do presidente; entre outras tantas ações que nos levaram à essa situação atual.

Como consequência, parte da população que defendeu o lockdown durante todo o ano de 2020, passou a se mobilizar para ir às ruas agora no ano de 2021. No último sábado, dia 19 de Abril, no segundo ato nacional, pelo menos 85 cidades tiveram manifestações pedindo fora Bolsonaro, agilização na compra de vacinas e um calendário de vacinação eficiente, além do direito à alimentação.

O presidente segue minimizando os impactos da pandemia, realizando aglomerações, viajando o país e sempre dispensando o uso de máscaras. O que vemos hoje é um país que teve recursos suficientes para o combate à pandemia e viveu a negligência e incompetência guiada por um governo genocida.

As pessoas que perderam seus familiares estão indignados com a situação de descaso, quantas vidas seriam salvas com o distanciamento social? Quantas vidas seriam salvas com o uso adequado da máscara? Quantas vidas seriam salvas com as vacinas que foram negadas? Esses são questionamentos que ecoam os nossos pensamentos todos os dias.

No final de semana que o país bateu o número de 500 mil mortes, mais de meio milhão de vidas se foram e o luto não é mais sentimento e sim, um verbo. Nesse fim de semana, 19 de maio, o Brasil inteiro se organizou mais uma vez para pedir fora Bolsonaro e aqui na cidade de Caxias-MA, os movimentos sociais de esquerda também se organizaram para lutar por uma sociedade mais justa.

A organização do ato aconteceu através de um grupo de WhatsApp com o nome de “Ação Coletiva” para que de forma horizontal e sem a necessidade de encontros presenciais, as decisões fossem tomadas. O grupo é composto por pessoas de sindicatos, movimentos sociais e outras organizações sociais.

UJS (União da Juventude Socialista), SINTRAP (Sindicato dos trabalhadores públicos de Caxias) e UNEGRO (União de Negros pela Igualdade), SINDSEP (Sindicato dos trabalhadores públicos do Maranhão) entre outros organizações sociais foram responsáveis pelo ato no município, que pedia a saída do presidente e a sua responsabilização pelas tragédias que a pandemia causou.

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