Agora, em janeiro, aconteceu o Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM). O exame é uma das portas de entrada para seis em cada 10 instituições de Ensino Superior no Brasil. A avaliação, que existe desde 1998, foi reformulada, ganhou importância e virou o segundo maior vestibular do mundo, perdendo só para uma prova na China.

Durante esses vinte e dois anos de atuação, tem possibilitado o acesso de muitos jovens ao Ensino Superior. No entanto, com a pandemia da Covid-19 no Brasil, as instituições educacionais, assim como tantas outras, tiveram suas dinâmicas de atuação interrompidas ou modificadas. Com isso, novos formatos de ensino passaram a ser exigidos – trazendo uma sensação de insegurança e amadorismo para vários profissionais – e, consequentemente, muitas dificuldades de adaptação.

Diante desse tema, vários aspectos poderiam ser colocados, mas hoje, em especial, um aspecto nos faz refletir, quanto profissionais da educação – ou até mesmo pais, mães e/ou responsáveis. Quanto e qual é a relevância do papel do professor e das escolas nas nossas vidas? Levando em conta que, com o período da pandemia e a reestruturação do ensino, muitos alunos não conseguiram acompanhar as aulas, e consequentemente, os conteúdos. E houve ainda aqueles que desistiram do ano letivo antes mesmo de acabar.

Desde o início, as consequências para a realização da prova do ENEM foram discutidas, levando a muitas mobilizações e adiamento da aplicação. Ainda assim, outros problemas não foram evitados, como exemplo, a superlotação das salas de aulas, que levou a não realização da prova para alguns alunos e alunas.

Pensar um novo formato para o ensino no Brasil é levar em consideração uma realidade de mais de 50% da população, onde a sua maioria é negra e com renda per capita menor que um salário mínimo (Folha de São Paulo, 2020). Não podemos supor soluções para nossa sociedade, considerando uma perspectiva individual e pessoal da realidade. Tratar questões sociais e políticas requer uma visão de grupo e colaborativa.