Violência às escolas no Brasil: desafios para toda a sociedade

Ao observar as discussões travadas após os últimos ataques criminosos às escolas no Brasil, nos questionamos sobre as verdadeiras causas e os culpados desses casos e, com isso, precisamos compreender algumas distinções. O doutor em Educação, Bernard Charlot (2002), caracteriza a violência na escola a partir de três dinâmicas: a violência na escola, onde a escola é a sede da violência, mas não é a responsável por ela; a violência à escola, manifestação contra a instituição, compreendida como um atentado a toda a comunidade escolar ou ao seu patrimônio; a violência da escola (violência institucional), causada por alguma conduta institucional da própria escola.

De certo, quando uma escola é atacada, seja por qual motivação for, toda a sociedade é, de alguma forma, atingida, afinal, não existe lugar mais emblemático para a solidificação da democracia do que o chão da escola. Em meio ao processo de negação da escola como um espaço de concretude das relações humanas e de reiteradas agressões à categoria de educadores, nos vemos, agora, em uma situação de fragilidade coletiva. 

As manifestações da violência atravessam o cotidiano escolar de diversas formas. Vale lembrar que, a violência na escola não é algo novo, por muito tempo tem-se explorado a questão do bullying e de outras manifestações mais evidentes como as de racismo. Esses comportamentos, associados a ideologias extremistas, ultraconservadoras, racistas, ainda mais, com a expansão das redes sociais, podem assumir formas que, estas sim, são novas. 

O objetivo deste artigo é introduzir aspectos importantes para a análise do tema que envolve o uso da violência contra as escolas. Nós compreendemos que os recentes ataques às instituições escolares em várias partes do país tem relação direta com a ampliação da escalada do ultraconservadorismo de direita, alimentada pelo discurso de ódio e a certeza da impunidade. Além disso, não podemos esquecer o aumento desordenado da liberação do uso de armas para a população, bem como, a aversão a grupos específicos da população brasileira, tais como, mulheres, negros, indígenas, pessoas com deficiência e população LGBTQIAP+.

Ainda que cada caso tenha a sua especificidade, existem maneiras de mapear as causas da violência nas escolas. O médico psiquiatra, Gustavo Estanislau (2022), afirma que o que deve ser feito é identificar quais são as funções do comportamento violento e agressivo: “Quais são as motivações por trás desse comportamento? Nessas investigações, também é necessário estarmos atentos para o seu impacto entre as minorias da população”.

Esses episódios de violência direcionados às escolas que, em um primeiro momento, podem parecer manifestações isoladas, na verdade, se constituem como resultado de um combo que envolve o crescimento do nazifascismo. A partir da subida ao poder da extrema direita em várias partes do mundo, incluindo o Brasil, passando pelo masculinismo ou como ficou mais conhecido recentemente, o movimento red pill, entre outras manifestações e o racismo. 

O avanço da extrema direita no mundo teve um impacto enorme sobre o modo como uma grande parte da população passou a observar a sociedade. Valores como patriotismo e posturas consideradas adequadas ou não a homens e mulheres passaram a ser disseminadas, de modo especial, nas redes sociais e ganharam fortes adeptos. A discriminação contra a população LGBTQIAP+ cresceu, tornando o Brasil o país que mais mata pessoas desobedientes da heteronormatividade e a condenação desses corpos passou a ser a tônica de discursos de ódio. 

Nos últimos anos, foi perceptível ataques simbólicos às instituições escolares através de denúncias contra professores e gestores, por pessoas comuns e parlamentares que divulgavam uma suposta ideologia de gênero que estava sendo disseminada nas escolas. Essas pressões exercidas por parlamentares, familiares de estudantes e algumas instituições ligadas à extrema direita têm provocado um processo contínuo de adoecimento, suicídios e medo constantes entre profissionais de educação, que se intimidam diante de ameaças.

Existem ainda relatos de situações em que professores e professoras foram vítimas de racismo, xingamentos e de desvalorização da sua categoria. 

Os casos recentes que violam os espaços escolares apontam para um conjunto de problemas de ordem estrutural da sociedade brasileira que tem sido alimentado nos últimos anos através de um discurso de ódio contra determinados grupos que compõem a população brasileira. No caso específico das questões de gênero e sexualidade, os últimos anos têm apresentado um crescimento de grupos de homens que destilam veneno contra mulheres e comunidade LBGTQIAP+. São denominados masculinistas.

 O masculinismo é um movimento violento, extremista, conservador e contraditório, baseado na supremacia do masculino sobre os feminino e demais manifestações de gênero. É uma teoria patriarcal que dissemina um novo grau de machismo, elevado a últimos paramares. De acordo com a antropóloga Rosana Pinheiro Machado (2019), o movimento também pode ser denominado de “tribalismo masculino”. Os masculinistas cultivam ódio ou repulsa às mulheres, sendo estas analisadas apenas a partir da sua função reprodutora. Eles também desenvolvem ojeriza à população LGBTQIAP+.

Muitos masculinistas cultivam vestimentas que remontam ao tribalismo, em uma tentativa de retorno aos primórdios da humanidade, “[…] onde não havia ainda direitos reconhecidos das mulheres e outras populações, direitos humanos, acordos de paz, entre outros. É a supremacia da virilidade, do masculino, inclusive, entre as contradições do grupo está o fato de que entre seus membros podem ocorrer relações sexuais, porém sem se considerarem homoafetivos” (Menegon e Ribeiro, 2021).

A ideia do tribalismo masculinista é a hipervalorização do corpo masculino em sua forma mais trabalhada. Os adeptos do masculinismo tribalista fazem constante referência aos viking, mas existem também a valorização da estética romana, grega e de alguns povos indígenas norte-americanos. O principal expoente do pensamento masculinista é o norte-americano Jack Donovan, um dos 15 maiores influenciadores da extrema-direita no mundo. Donovan é homossexual assumido, mas não abraça os direitos da população LGBTIAP+, além de defender o que ele denomina de “culto à masculinidade”. No Brasil, um dos casos mais emblemáticos desse tipo de manifestação ficou conhecido como movimento Red Pill, cujas “pílulas” são disseminadas livremente nas redes sociais. Trata-se de um movimento baseado na ideia da cor de pílulas (vermelha ou azul) que podem levar o sujeito à realidade ou ao engano. 

Livros como o “Antiotário” de Rafael Aires, um dos expoentes brasileiros do movimento, espalha ódio às mulheres, que segundo ele, manipulam os homens, daí a necessidade de combater o feminismo. De acordo com os adeptos do Red Pill, existem regras para a escolha da parceira perfeita, com destaque para um perfil feminino obediente, que perceba o homem como o chefe da casa e da família, que se vista com roupas recatadas e que exale delicadeza. Homens não devem se relacionar com mulheres que já tenham filhos. Mulheres são as responsáveis pela perda de valores tradicionais e devem ser encaradas como inferiores aos homens. Muitos dos adeptos desse movimento se auto intitulam como celibatários involuntários. Relevante destacar, também, que esses grupos se alinham fortemente com o discurso nazifascista e de supremacia branca. 

O que nos conduz a outra marca dos ataques às escolas: a estrutura racial. O perfil de jovens envolvidos nas ações violentas contra as escolas, apontam para um perfil dos agressores: homens, brancos e heterossexuais. O racismo tem sido outro ponto que se encontra na raiz dessa problemática. Os discursos que têm sido veiculados nas mídias e redes sociais contra a população negra e indígena corroboram com a ideia de que esses grupos são inferiores e que, portanto, podem ser eliminados ou explorados. 

O discurso maior desses movimentos é resgatar a masculinidade que, para eles, estaria sendo atacada em decorrência do movimento de mulheres, havendo a necessidade do retorno ao aspecto “alpha” do homem. Geralmente os adeptos desses discursos são arregimentados pela internet através de grupos dos aplicativos Telegram, Whatsapp, Facebook, Instagram, Twitter, além de plataformas digitais como o Youtube, onde é possível ter acesso a vários canais que disseminam discurso de ódio contra determinadas populações. Nas ações desses grupos, disseminou-se discurso contra direitos conquistados pelos movimentos sociais de mulheres, movimentos negros e LGBTQIAP+. O intuito é tentar desfazer ou enfraquecer as discussões travadas por essas categorias, utilizando para esse fim o discurso do conservadorismo e da virilidade masculina.

As experiências desses movimentos conduzem à lógica de resolução dos problemas com as próprias mãos, já que o Estado, muitas vezes, se alinha a plataformas mais progressistas. A escola, nesse sentido, é um território que se torna terreno fértil ou para a disseminação de ações mais conservadoras, ou pode ser alvo da violência impetrada pelos adeptos dessas ideias. A popularização do uso de armas por parte considerável da população, acabou por contribuir para os ataques, levando-nos ao questionamento de até que ponto estamos preparados para termos a sociedade armada.

Somente em março de 2023, foram mais de 4 (quatro) casos envolvendo jovens armados em instituições, causando a morte de crianças, adolescentes e profissionais da educação (na sua maioria, mulheres). No dia 28 de março, um jovem de 17 (dezessete) anos, entrou atirando em uma escola na zona rural do município de Caxias-MA do qual foi aluno. No último dia 05 de abril, uma creche em Blumenau-SC foi atacada por um homem, o que culminou no assassinato de 4 crianças e deixou outras feridas. Há um ano, em abril de 2022, um aluno de 10 anos ateou fogo em uma professora no município de Barra do Corda/MA. O que os casos ocorridos no Maranhão têm em comum com o que aconteceu em Santa Catarina? A resposta pode estar, exatamente, na violência protagonizada por homens, jovens, na sua maioria brancos, além de demonstrar motivações políticas, de gênero, orientação sexual, território e raça.

O relatório “O extremismo de direita entre adolescentes e jovens no Brasil: ataques às escolas e alternativas para a ação governamental”, organizado por uma equipe liderada pelo professor e pesquisador em educação Daniel Cara (2022), no período de transição para o governo Lula, apontou caminhos para prevenção e enfrentamento aos crescentes ataques nessas instituições, além de apontar as principais causas para os atos de violência direcionados às escolas. Um dos principais objetivos do relatório foi apontar como esses ataques estão relacionados com a disseminação em massa dos ideais ultraconservadores e da extrema direita, na sua maioria, explorados através dos meios digitais, além de indicar a necessidade desses discursos serem criminalizados. 

De acordo com o Relatório (2022), “Os eventos de violência às escolas no Brasil começaram na primeira década dos anos 2000. Antes deste período, não havia registro deste tipo de ataques”. Os ataques têm motivações variadas, sendo divididos em dois grupos diferentes: aqueles ocasionados tendo como praticantes alunos ou ex-alunos das escolas, envolvidos em episódios de bullying ou que se envolveram em situações extremas de violência. Já o outro grupo é composto por adeptos das ideias da extrema direita, cooptados através das redes sociais. O que existe de comum entre os dois grupos é o fato de que os episódios foram praticados por homens, no geral motivados por discurso de ódio e a necessidade de serem destaques nas mídias. O que leva especialistas a indicarem que nomes dos agressores e vídeos de ataques não sejam divulgados.  No geral, esses agressores desejam notoriedade, mesmo que breve. Além do mais existe a ideia de que a notícia de um evento desse nível pode incentivar outros ataques.

A relação da intensificação desses eventos com um contexto político liderado pela extrema direita tem sido levantado por vários estudiosos/as da temática, já que foi a partir de discursos de ódio, de morte, violência, repercussão de imagens de pessoas fazendo “arminhas” com as mãos (em escolas, igrejas) que a extrema-direita tem associado a sua plataforma. A partir dessa ideia de intimidação pela violência, que se propõe segurança policial para reforço nas escolas, porém,  estratégias como essas podem afetar a qualidade da interação educativa e o clima escolar, além do incentivo à implantação do processo de militarização das escolas públicas. 

Caso emblemático foi o ocorrido no último dia 05 de abril (quarta-feira), quando traficantes de drogas invadiram o Centro Integrado de Educação Pública (Ciep) Elis Regina, na favela Nova Holanda, situada no Complexo da Maré, Rio de Janeiro e foram perseguidos pela polícia militar, em seus “Caveirões” – viaturas policiais com insígnias de morte. Os vídeos compartilhados nas mídias demonstram pânico de alunos, professores e toda a comunidade escolar que se encontravam no pátio da escola em momento de confraternização relacionada ao feriado da Páscoa.  

De acordo com o Relatório supracitado, existe um projeto de recrutamento de jovens pela extrema direita, o que nem sempre indica que esses jovens irão se envolver no futuro diretamente em episódios extremos de violência, mas é necessário ficarmos alertas para o fato de que o “[…] processo de cooptação pela extrema-direita se dá por meio de interações virtuais, em que o adolescente ou jovem é exposto com frequência ao conteúdo extremista difundido em aplicativos de mensagem, jogos, fóruns de discussão e redes sociais” (Cara, 2022). 

Há um comportamento comum a esses jovens. Um dos sinais que demonstram é a recusa em falar com professoras e gestoras mulheres, assim como o uso de expressões discriminatórias e exaltação a ataques em ambientes educacionais ou religiosos. O teor misógino que se dissemina entre esses jovens advém, de modo geral, de rejeição anterior, os que os colocam como celibatários involuntários, sendo a figura feminina rechaçada à condição de inferioridade e interesses individuais.

Como indicativos para o enfretamento da violência às escolas, apontamos como absolutamente necessários que professores passem por formação continuada sobre extremismo de direita e como enfrentá-lo, contribuindo para que a comunidade escolar saiba identificar alterações de comportamentos nos jovens, como interesses incomum por assuntos violentos e atitudes agressivas. A escola tem papel fundamental na identificação do indivíduo com comportamento violento, já que é nesse ambiente que o aluno provavelmente manifesta tal comportamento. Inclusive, alguns estudos sugerem que manter esses jovens ocupados e fora das ruas pode diminuir o engajamento em atividades violentas.

O poder público deve estimular o combate à desinformação nas salas de aulas por meio de uma educação crítica. A militarização dos espaços escolares não é analisada como alternativa viável pela comunidade de estudiosos do tema. Também é necessário o combate irrestrito à disseminação de notícias falsas, bem como o bloqueio de canais e plataformas que disseminem discurso de ódio, assim como a criminalização de seus mentores. O Estado brasileiro precisa emitir medidas que obriguem as plataformas a realizarem a auto regulação dos conteúdos que são disseminados através de seus canais.

A Nota Técnica n. 5 do GAEPE/RO se coloca como um forte instrumento de efetivação das Leis n. 10.639/03 e n. 11.645/08 que tratam da educação em relações étnico raciais. É preciso com urgência a implantação de ações que trazem como mote o letramento racial para todo o público das nossas escolas, já que racismo tem sido apontado como mecanismo de manutenção de privilégios da população branca. Do mesmo modo, é preciso a adoção de políticas públicas que respeitem a diversidade dos grupos que compõem a sociedade brasileira. 

Sabemos que o desafio é enorme e que somente com o trabalho de toda a sociedade seremos capazes de proteger nossas escolas e disseminar discursos motivados pelo amor, a solidariedade e a partilha. Para isso, apontamos o modelo do quilombo como uma escola que se baseia na circularidade, na valorização da comunidade e na potencialização das pessoas em sua diversidade. 

 

Referências Bibliográficas

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